terça-feira, 12 de abril de 2016

A verdade sobre o "adestramento 100% positivo"

Sem inspiração pra escrever muito, nem traduzir longos textos (estou com vários posts e assuntos em rascunho, mas não estão saindo por causa disso... desculpem), então hoje irei apenas deixar um vídeo de 50 minutos e um texto, ambos em inglês, para aqueles que dominam o idioma (quem não domina consegue entender e acompanhar também, com boa vontade, usando a pausa do vídeo e com a ajuda de um tradutor, certamente dá pra captar a mensagem). O título dessa postagem é o mesmo título do vídeo.

É um tema polêmico (pra variar) sobre o qual eu tenho vontade de falar quase sempre, mas é extremamente complicado e delicado de abordar quando a conversa é com alguém que não foi educado a usar adequadamente todas as ferramentas de treinamento disponíveis, e principalmente que se deixa levar pelo marketing mentiroso de muitos adestradores "positivistas".

O vídeo e texto abordam exatamente isso, como esse slogan do positivismo muitas vezes é mentiroso e o quão perigoso pode ser quando aplicado por pessoas despreparadas.

Eu (e tantos excelentes treinadores que conheço) uso tanto reforço positivo quanto, ou se bobear até mais que muito "positivista" que já vi por aí. E muitos que se autointitulam positivistas usam tanta punição positiva quanto, ou até mais, que os demais, como o vídeo abaixo mostra claramente.

O que acontece é que manipulam todo um discurso de forma a associar a punição positiva a abuso / força / brutalidade (são coisas completamente diferentes!!!) e também (especialmente) a determinados equipamentos de treino que usamos. Mas a grande verdade é que abusar (no sentido de maltratar) não depende de equipamento nenhum, mas sim de intenção/vontade (e caráter, claro).
O colar eletrônico é um belo exemplo disso. Um equipamento altamente versátil e extremamente eficiente seja pra excitar, como marcador de comportamentos desejados (siiim, marcador de comportamentos desejados, sem murchar o cão, pelo contrário!), ou pra corrigir de forma clara e pontual (sem qualquer dano e geralmente com muito menos stress do que de outras formas), mas que normalmente tem seu uso associado exclusivamente a punição no sentido de abuso (punição dolorosa, cruel), o que só vai acontecer se o operador do equipamento tiver más intenções mesmo. Tem gente que é totalmente contra o colar eletrônico, mas que faz uso de golpes físicos para punir excessivamente (abusar). Já vi "treinadores" perderem a cabeça e aplicarem punições totalmente descabidas e desproporcionais com os mais variados equipamentos e sem nenhum, mas sim com as próprias mãos e pés. Portanto, assim como o estímulo, a punição ou até o abuso podem vir através de um colar, o estímulo, punição ou abuso também podem vir diretamente pelas mãos, sem o uso de equipamentos... depende apenas da vontade de quem está trabalhando/treinando aquele cão.

Como EU, na minha "santa ignorância", já estive do lado de lá, criticando o uso de equipamentos que eu NÃO CONHECIA DE VERDADE (quando conhecia, só conhecia o MAU USO deles), sei que não adianta discutir e muito menos empurrar goela abaixo coisas que só o interesse em aprender, a vivência e o conhecimento nos ensinam. Como fazer pra quebrar pré-conceitos eu não sei, mas o interesse em aprender quase sempre se molda e limita conforme os nossos pré-conceitos.... e se não há interesse, não haverá aprendizado. Mas eu espero, de coração, que todos possam aprender, cada um no seu tempo, a usar adequadamente o equipamento ou técnica que forem mais adequados a cada caso, e a trabalhar qualquer cão, de qualquer temperamento e idade, estragado ou não, sem lhe causar danos (muito menos a morte ou indicação a eutanásia) e sem colocar pessoas em risco.

O texto que complementa o que mostra o vídeo está nesse link:
https://www.dogtraining.world/criminal-acts-positive-dog-training-community/

E o vídeo:

2 comentários:

  1. Realmente é um tema polêmico, mas a explanação de uma criadora ética e competente como você, traz confiança aos que tem algum receio de utilizar essa ferramenta. Parabéns !

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