quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Óleo de Peixe (Ômega 3)


O óleo de peixe promove a saúde da pele e pelagem (proporciona menor queda de pêlos e pelagem brilhante, diminui a inflamação que ocorre em processos alérgicos, aliviando a coceira e vermelhidão), articulações, rins, coração, olhos e cérebro, além de melhorar o sistema imunológico, sendo um grande aliado no tratamento de doenças crônicas como o câncer (alguns estudos demonstraram uma desaceleração no crescimento de tumores com a administração de óleo de peixe).

Tais "poderes" se devem ao fato do óleo de peixe conter EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico). EPA e DHA são ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 de cadeia longa, encontrados naturalmente em fontes marinhas, incluindo peixes de águas frias (sardinha, cavalinha, anchova, salmão selvagem, arenque), mariscos e algas marinhas, as quais são a fonte original, na cadeia alimentar, desse tipo de gordura.

O ômega 3 representa uma família de ácidos graxos (ácidos gordurosos) essenciais, isto é, que não são fabricados ou sintetizados em quantidade suficiente pelo organismo, sendo necessário obtê-los através de alimentos e/ou suplementos.

Os ômega 3 são primordiais para a formação de membranas celulares e manutenção do equilíbrio das funções do organismo, extremamente importante para a saúde do coração, cérebro e saúde ocular em todas as fases da vida. Funcionam como sinalizadores celulares para diminuir a inflamação (menos inflamação significa menos dor, menos vermelhidão, menos inchaço).

EPA tem ação antiinflamatória, benéfica em qualquer condição proveniente de inflamação, aguda ou crônica. DHA possui ação antioxidante e é muito importante para a saúde do cérebro (favorece a cognição e as conexões entre os neurônios), além de essencial para um bom desenvolvimento fetal, sendo indicado suplementar na alimentação de cadelas e gatas gestantes e lactantes, e também nos primeiros meses de vida dos filhotes.

No organismo, a quantidade de ômega 3 deve estar em equilíbrio com o ômega 6 (outro tipo de ácido graxo poliinsaturado). Um tem ação antiinflamatória (ômega 3) e o outro tem ação pró-inflamatória (ômega 6). O problema é que os ácidos graxos ômega 6 estão presentes em excesso na alimentação (por exemplo: tanto os grãos, quanto a carne de animais alimentados com grãos, são ricos em ômegas 6), enquanto o consumo de alimentos ricos em ômega 3 tem sido cada vez mais baixo. O Ômega 6, por ser pró-inflamatório, sinaliza para que as células produzam uma resposta inflamatória no organismo, e é por isso que precisamos evitar seu desequilíbrio em relação ao ômega 3.

Como todo suplemento, ele pode não ser indicado para todos os cães e gatos, especialmente aqueles que estiverem tomando algum medicamento ou tiverem sensibilidade gastrointestinal. Converse com o médico veterinário responsável pelo seu pet, ou com um nutrólogo veterinário, para ter certeza se a suplementação com óleo de peixe é indicada, e qual a dose mais adequada. Mesmo em casos de doenças em que o óleo de peixe sabidamente tem um papel benéfico, pode ser necessária a oferta de uma quantidade específica para que produza o efeito esperado.

Por fim, mas não menos importante, muito cuidado com a qualidade do óleo de peixe que for adquirir. Existem muitas opções no mercado, mas a grande maioria não atende os requisitos básicos, e um óleo de peixe de má qualidade é dinheiro jogado fora!

Antes de comprar, conheça alguns pontos essenciais que afetam a qualidade do óleo de peixe:

- Observe o conteúdo de EPA e DHA por cápsula, e sua proporção. Uma cápsula de 1000mg contendo 180mg de EPA e 120mg de DHA está jóia! 

- Ômega 3 que de boa qualidade sempre terá Vitamina E na cápsula (pode vir escrito Alfatocoferol ou Tocoferóis ao invés de Vit E). A Vitamina E vai atuar como antioxidante, evitando assim a oxidação do óleo (que ocorreria facilmente sem ela) e mantendo a qualidade do produto, mas essa vitamina E não deve ser contada como suplementação, é apenas coadjuvante técnico do produto.

- Verifique se é isento de contaminantes ambientais: PCBs, mercúrio e dioxinas (geralmente os bons produtos informam isso de forma bem destacada na embalagem).

- Verifique se é extraído por destilação biomolecular ou ultra-filtrado: o que garante isenção de poluentes ambientais. 

- Por fim, faça o teste: pegue uma cápsula de suplemento de óleo de peixe (ômega 3) e coloque no congelador por 5 horas. Como a temperatura do congelador gira em torno de -3°C a -5°C e o ponto de fusão (quando o óleo altera sua consistência de líquida para sólida) do ácido linolênico (ômega 3) é de cerca de -10,0ºC, fure a cápsula e veja se ele continua líquido, se enrijecer é porque o óleo está oxidado ou não se trata de um produto ultra-filtrado, e você deve trocar de marca de óleo de peixe. A cápsula pode até endurecer porque é gelatinosa, mas o óleo não. 


Observação: O ácido linolênico (ALA), mesmo sendo um ômega 3, não tem aproveitamento efetivo nas rotas metabólicas de felinos, porque eles não têm delta 6 desaturase. Os melhores ômegas 3 são os do óleo de peixes marinhos (EPA e DHA) ou de algas (DHA puro). Somente estes 2 terão utilização metabólica em felinos.